domingo, 17 de abril de 2011

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

ACONTECE EM PORTUGAL

Observatório das armas questiona compra de blindados da PSP

Problema da violência nasce da exclusão e desigualdade, alerta este organismo

O Observatório permanente sobre a produção, o comércio e a proliferação de armas ligeiras lamentou, em comunicado, a anunciada aquisição de carros blindados para a PSP, considerando que “o Estado está a reconhecer, explicita e implicitamente, incapacidade para resolver profundos problemas de exclusão e desigualdade”.
“A encomenda dos blindados para a PSP pode interpretar-se como a aceitação da ideia de que os bairros clandestinos e os bairros sociais com problemas permanecerão sem modificações de maior", indica um comunicado do organismo da Comissão Nacional Justiça e Paz (CNJP), da Igreja Católica.
Esta decisão, prossegue o documento, "dá sinal de que um novo patamar de violência de dimensões imprevisíveis se encontra num horizonte muito próximo”.
O texto aponta o dedo à admissão da “existência de condições que, num futuro próximo, justificam a necessidade de blindados para manter a ordem e assegurar o controlo em áreas urbanas problemáticas”, por “melhor que sejam as razões que, do ponto de vista técnico de segurança, suportem tal admissão”.
“O problema cristalizou, adensando-se e, no horizonte, perfila-se, como consequência, o acréscimo de violência”, alerta o Observatório, no comunicado enviado à Agência ECCLESIA.
As cinco viaturas de transporte de pessoal com protecção balística, no valor de 1,2 milhões de euros, visam fazer face a ocorrências policiais de maior risco, nomeadamente em zonas urbanas sensíveis.
Para o Observatório presidido por Fernando Roque de Oliveira, “o Estado está a ter como alvo áreas críticas, clandestinas ou urbanizadas, com graves problemas de localização e de ordenamento urbanístico, para onde, erros sucessivos de uma política de integração, colocaram milhares de cidadãos, portugueses ou de outras nacionalidades, muitos deles sem a sua situação legal regularizada”.
“Estes pequenos universos têm sido marginalizados em termos de desenvolvimento, tendo-se tornado, em muitos casos, presa fácil de actividades ilícitas e altamente condenáveis como os tráficos de droga, de armas, de pessoas”, destaca o comunicado.
Para os membros deste organismo, o “melhor caminho” para a luta contra as grandes redes de actividades ilícitas é “o esvaziar dos seus territórios de implantação, em simultâneo com a execução de uma política de integração social que acabe com a exclusão e atenue desigualdades”.
O Observatório tem estado activo desde 2004, sempre com a preocupação de compreender e combater a proliferação das armas ligeiras, em Portugal e no Mundo, sublinhando a sua ligação amplificadora às manifestações de violência na sociedade, desde as resultantes de actos isolados, até às acções do crime organizado.

sábado, 16 de outubro de 2010

ORIENTAÇÃO POLICIAL

Roteiro de Decisões Policiais


(29/09/2010 - 11:12)
O “Roteiro de Decisões Policiais” é um manual prático, com mais de 300 páginas, destinado a operadores policiais, contendo três arquivos (Código Penal, Código de Processo Penal e Legislação Especial). Cada arquivo tem dezenas de comentários a tipos penais, medidas necessárias à atuação policial, orientações, jurisprudência, doutrina e sites de interesse. A iniciativa tem apoio da Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe).

Este projeto foi coordenado pelo desembargador federal Vladimir Passos de Freitas, com a participação de sócios do Instituto Brasileiro de Administração do Sistema Judiciário (Ibrajus). O Ibrajus é uma organização não governamental (ONG) que reúne magistrados, professores, servidores e outros operadores do Direito interessados em contribuir para o aperfeiçoamento do Poder Judiciário.

O download é absolutamente gratuito e todos estão autorizados a divulgar e publicar o Roteiro onde entendam devido, inclusive sites, sem qualquer ônus. A adequação do Roteiro à realidade de cada Estado poderá ser feita através do simples acréscimo ou alteração das anotações, a critério dos destinatários.

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

MUDANÇA ESTRUTURA DA POLICIA FEDERAL

Projeto que muda estrutura da PF já tem 19 emendas

A Câmara dos Deputados já recebeu 19 emendas apresentadas ao Projeto de Lei Orgânica da Polícia Federal à Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado. O deputado Paulo Rocha (PT-PA) apresentou à Comissão mais quatro emendas. As alterações apresentadas foram propostas pela Federação Nacional dos Policiais Federais, a Fenapef, e aprovadas pelos sindicatos estaduais, na última assembléia geral extraordinária, no final do ano passado.
A entidade de classe quer, entre outros objetivos, “a modernização da instituição policial, com uma nova estrutura, mais coerente e adequada, para facilitar o cumprimento das competências constitucionais pelo Departamento de Polícia Federal”. Uma emenda propõe nova estrutura de cargos na carreira policial federal, com  a unificação dos cargos de agentes, escrivães e papiloscopistas  e sua transformação na função única de oficial de Polícia Federal.
O Projeto de Lei Orgânica da Polícia Federal foi enviado ao Congresso Nacional pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em novembro de 2009. O artigo 5º do Projeto de Lei 6.493/2009 sustenta que a direção da PF é exercida por diretor-geral nomeado pelo presidente da República entre os ocupantes do cargo de delegado da Polícia Federal na última categoria de promoção funcional. O projeto prevê, ainda, que o ingresso no cargo de delegado requer diploma de bacharel em Direito e, no mínimo, dois anos de atividade jurídica ou de polícia judiciária.
Segundo o ministro da Justiça, Tarso Genro, e o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo Silva, que assinam a proposta, a autonomia “implica a um só tempo maior isenção na condução das investigações e maior rapidez na condução dos inquéritos, sem qualquer prejuízo ao Estado Democrático de Direito, à proteção aos direitos do cidadão e à dignidade da pessoa humana”. Na exposição de motivos, Tarso Genro e Paulo Bernardo destacam ainda a presença do Conselho Superior de Polícia, do Conselho de Ética e Disciplina e do Conselho Consultivo — que terá em sua composição, além de integrantes da carreira da PF, “cidadãos brasileiros de reputação ilibada e idoneidade moral inatacável”.
A Fenapef afirma que a PF veio sendo tocada na base de decretos, alguns instituídos pelos governos militares, como o de número 4.878, de 1965, e que ainda vige. Esse decreto sustenta que se algum policial torturar alguém, esse crime prescreverá em 30 dias, mas se falar mal do diretor-geral da PF pode ser demitido.
As quatro novas emendas do deputado Paulo Cunha tratam com afinco da questão da definição dos critérios para nomeação do diretor-geral da PF. O projeto original da Lei Orgânica cria o monopólio dos delegados para a função de dirigente da PF. A nova proposta da Fenapef restabelece a forma atual, que permite a indicação de qualquer pessoa de notório conhecimento técnico e científico na ciência policial e devidamente capacitada para o encargo de gestão administrativa. Além das emendas propostas pela Fenapef, foram apresentadas outras quatro, de autoria do deputado Pompeo de Mattos (PDT-RS), que atende a pedido dos servidores administrativos, incluindo algumas propostas de interesse de todos servidores da PF.
Outras 11 emendas, apresentadas pelo deputado Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP), contemplam demandas dos delegados da PF e giram basicamente em torno da ampliação de suas prerrogativas. Uma dessas emendas propõe a subordinação dos peritos criminais federais aos delegados.